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Nova emissão: Bicentenário da Revolução Republicana em Pernambuco


A Revolução Pernambucana, foi um movimento emancipacionista que eclodiu em 6 de março de 1817, na então Capitania de Pernambuco, no Brasil. Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas, o absolutismo monárquico português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito, recém-chegados ao Brasil, com consequente aumento de impostos. Foi o único movimento separatista do período colonial que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo revolucionário de tomada do poder. Durou cerca de 70 dias. Contou com relativo apoio internacional: os Estados Unidos, que dois anos antes tinham instalado no Recife o seu primeiro Consulado no Brasil e no Hemisfério Sul devido às relações comerciais com Pernambuco, se mostraram favoráveis à revolução, bem como os ex-oficiais de Napoleão Bonaparte que pretendiam resgatar o seu líder do cativeiro na ilha de Santa Helena, levá-lo a Pernambuco e depois a Nova Orleans.


SOBRE O SELO

O selo comemorativo ao Bicentenário da Revolução é uma releitura do selo do Centenário, de 1917. Os elementos como a orto grafia, o padrão monetário e as datas foram atualizados, além da menção “BICENTENÁRIO”. No centro do selo, a bandeira passa a ser representada com suas 5 cores originais: o amarelo, o azul escuro, o branco, o verde e o vermelho. À esquerda, o brasão do Estado de Pernambuco, menção “BICENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO REPUBLICANA EM PERNAMBUCO” e o valor facial; à direita, a menção “1817 – 2017” e a legenda “BANDEIRA DA REPÚBLICA DE 06 DE MARÇO DE 1817”, tal qual em 1917, e o valor facial. A técnica utilizada foi ilustração vetorial. Capa do edital: Bênção das Bandeiras da Revolução de 1817, óleo sobre tela de Antônio Parreiras.


ABOUT THE STAMP

The commemorative stamp of the Bicentennial of the Revolution is an updated version of the centenary issue, of 1917. The elements such as the orthography, the dates and the monetary standard were updated, as well as the expression “BICENTENNIAL”. On the center of the stamp, the flag is now represented by its original 5 colors: yellow, dark blue, white green and red. To the left, the coat of arms of the State of Pernambuco, “BICENTENNIAL OF THE REPUBLICAN REVOLUTION IN PERNAMBUCO” and the facial value of the stamp; to the right, the mention “1817 – 2017” and the legend “FLAG OF THE REPUBLIC OF MARCH 6TH 1817”, just like in 1917, and the face value. Vector illustration technique was used. Stamp issue cover: Blessing of the Flags of the 1817 Revolution, Antônio Parreiras.


DETALHES TÉCNICOS


Edital nº 7

Arte: Jamile Costa Sallum - Correios

Processo de Impressão: ofsete

Folha: 18 selos

Papel: cuchê gomado

Valor facial: R$ 1,80

Tiragem: 180.000 selos

Área de desenho: 35mm x 25mm

Dimensão do selo: 40mm x 30mm

Picotagem: 11,5 x 12

Data de emissão: 31/08/2017

Locais de lançamento: Recife/PE

Impressão: Casa da Moeda do Brasil


TECHNICAL DETAILS


Stamp issue N. 7

Art: Jamile Costa Sallum - Correios

Print system: offset

Sheet: 18 stamps

Paper: gummed chalky paper

Facial value: R$ 1.80

Issue: 180,000 stamps

Design area: 35mm x 25mm

Stamp dimensions: 40mm x 30mm

Perforation: 11.5 x 12

Date of issue: August 31st , 2017

Places of issue: Recife/PE

Printing: Brazilian Mint


Bicentenário da Revolução Republicana em Pernambuco


Em 6 de março de 1817 eclodiu no Recife, Pernambuco, uma revolução republicana. Este movimento é um dos capítulos mais importantes da história do Brasil. Além de Pernambuco, a nova república recebeu também o apoio da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de parte do Ceará. A Revolução Republicana de 1817 se destaca não só por ter sido o primeiro movimento efetivo para a  independência do Brasil, mas também porque foi a única insurreição anticolonial que conseguiu tomar o poder em toda história da monarquia portuguesa. A capitania de Pernambuco, por aquela época, encontrava-se pesadamente sobrecarregada de tributos. Boa parte do que se arrecadava no porto do Recife era transferido para cobrir os custos crescentes da corte do rei Dom João VI, que havia se instalado no Rio de Janeiro desde 1808. A monarquia absolutista era o alvo das críticas dos pensadores iluministas. As ideias libertárias já haviam detonado movimentos como a Independência dos EUA, a Revolução Francesa e a Revolução do Haiti, todos com profundo impacto no cenário político latino-americano. Em Pernambuco, estas ideias chegavam com os estudantes universitários que retornavam da Europa ou em diversas publicações que circulavam clandestinamente. As lojas maçônicas funcionavam como difusoras do ideário ilustrado. O Areópago de Itambé e as academias do Paraíso e do Cabo eram alguns destes locais secretos de reuniões onde se conspirava pela liberdade. No dia 7 de março de 1817, formou-se um governo provisório composto por cinco representantes dos diversos setores da sociedade local: Domingos José Martins (Comércio), Domingos Teotônio Jorge (Militar), padre João Ribeiro (Clero), José Luís de Mendonça (Magistratura) e Manuel Correia de Araújo (Agricultura). O governo provisório tomou várias providências legais para garantir os direitos da cidadania e as liberdades individuais. Enquanto não fosse possível reunir uma assembleia constituinte, a república seria regida por uma lei orgânica com 28 artigos. Essa lei definia os princípios básicos do funcionamento do governo e dava, entre outras coisas, garantias da liberdade de imprensa e de religião. A nova república aboliu o uso do pronome de tratamento “vossa mercê”, estabelecendo que os cidadãos deveriam se tratar por “vós” ou por “patriota”. Os revolucionários de 1817 desejavam ainda abolir a escravidão gradualmente, uma precaução necessária para um movimento que dependia do apoio de grandes proprietários de escravizados. O governo provisório enviou para os Estados Unidos um representante diplomático, Antônio Gonçalves da Cruz, o Cabugá. A missão de Cruz Cabugá era adquirir armamentos e embarcações, recrutar oficiais militares para comandar as tropas pernambucanas e conseguir apoio do governo norte-americano. Num segundo momento, trataria de encontrar meios para resgatar Napoleão Bonaparte do exílio na distante ilha de Santa Helena. Os primeiros objetivos foram alcançados, embora, ao chegarem a Pernambuco, os reforços enviados por Cabugá já encontraram a república derrotada. Uma outra providência foi a criação de uma bandeira para o novo país. Ela era composta por um fundo azul e branco. Sobre a faixa azul, figuravam um arco-íris (símbolo da união), três estrelas (representando Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) e o sol da liberdade. Sobre a faixa branca, uma cruz vermelha fixava o catolicismo como religião de Estado. Em 1917, por sugestão do Instituto Arqueológico, Histórico  Geográfico Pernambucano – IAHGP, a bandeira revolucionária de 1817 foi adotada como bandeira do Estado de Pernambuco. Na ocasião, os Correios emitiram um selo alusivo ao centenário da Revolução, sem dúvida, o motivo principal do lançamento de 100 atrás foi a própria adoção da atual bandeira em 06/03/1917 como um dos símbolos do Estado. A bandeira é a melhor representação para identificar um povo e um território e o selo foi, então, um veículo excelente de divulgação. Contudo, em vista das limitações técnicas de impressão da época, o selo fora emitido numa única cor, o azul. Para homenagear o Bicentenário da Revolução Republicana em Pernambuco e, indiretamente, o centenário da primeira emissão comemorativa a data, os Correios mais uma vez, por meio de importante emissão filatélica, celebra relevante fato histórico não apenas para o Estado de Pernambuco, mas para todo o país.

Comissão Organizadora do Bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817


Bicentennial of the Republican Revolution in Pernambuco


On March 6th, 1817, erupted in Recife, Pernambuco, a republican revolution. This movement is one of the most important chapters of the history of Brazil. Besides Pernambuco, the new republic also had the support of Paraiba, Rio Grande do Norte and part of Ceara. The Republican Revolution of 1817 stands out not only for being the first effective movement for the Independence of Brazil, but also for being the only anti-colonial insurrection that was able to seize power in all Portuguese monarchy history. The captaincy of Pernambuco, at that time, was heavily overloaded with taxes. Great part of what was collected in the Port of Recife was transferred to cover the raising costs of the court of Dom Joao VI, which had been installed in Rio de Janeiro since 1808. The absolutist monarchy was the center of criticism by the Enlightenment philosophers. The libertarian ideas had already set off movements such as the Independence of the United States, the French Revolution and the HaitiRevolution, all with deep impact in the Latin American political scenario. In Pernambuco, these idea is arrived brought by the university students that returned from Europe or in the many publications that circulated illegally. The Masonic Lodges worked as broadcasters of the illustrated ideology. The Areópago de Itambé and the academies of Paraíso and  Cabo were some of the secret reunion sites where the conspiracy for freedom took place. On March 7th, 1817, a provisional government was formed composed of five representatives of the many sectors of the local society: Domingos José Martins (Commerce), Domingos Teotônio Jorge (Military), padre João Ribeiro (Clergy), José Luís de Mendonça (Judiciary) e Manuel Correia de Araújo (Agriculture). The provisional government took several legal steps to ensure the rights of citizenship and individual liberties. Until a constitutional assembly could be formed, the republic was ruled by an organic law with 28 articles. This law defined the basic principles of how the government would function and gave, among other things, guaranties of freedom of the press and religion. The new republic abolished the use of the pronoun “vossa mercê”, establishing that the citizens should treat everybody as “vos” or “patriot”. The revolutionaries of 1817 wished also to gradually abolish slavery, a necessary precaution for a movement that depended on the support of great slave owners. The provisional government sent a diplomatic representative to the United States, Antônio Gonçalves da Cruz, the Cabugá. Cruz Cabugá’s mission was to acquire weapons and vessels, recruit military officials to lead the Pernambuco troops and to obtain support from the American Government. In the second step, he would find ways to rescue Napoleon Bonaparte from his exile in the distant island of Santa Helena. The first objectives were attained, although, when they got to Pernambuco, the reinforcements sent by Cabuga found the republic already defeated. Another step taken was the creation of a flag for the new country. It was composed of a blue and white background. Over the blue part appeared a rainbow (symbol of the unification), three stars (representing Pernambuco, Paraíba and Rio Grande do Norte) and the sun of freedom. Over the white part, a red cross fixed Catholicism as the State religion. In 1917, by suggestion of the Pernambuco Archeological, Historical and Geographic Institute - IAHGP, the revolutionary flag of 1817 was adopted as the flag of the State of Pernambuco. In the occasion, the Brazilian Post issued a postal stamp allusive to the Centenary of the Revolution, without a doubt, the main reason of the ceremony, one hundred years ago, was the adoption itself of the flag as one of the symbols of the State, on March 6th 1917. The flag is the best representation to identify a population and a territory and the stamp was, then, an excellent dissemination vehicle. However, due to printing technical limitations, the stamp was issued in a single color: blue. To honor the Bicentenary of the Republican Revolution in Pernambuco and, indirectly, the centenary of the first commemorative issue of the date, the Brazilian Post once again, through an important philatelic issue, celebrates a relevant historic fact not only for the State of Pernambuco, but for the whole country.

Organizing Committee of the Bicentennial of the Pernambuco Revolution of 1817


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