SOBRE O SELO
Esta emissão é a primeira de uma série de seis, denominada “Brasil, 200 anos de Independência”, uma parceria entre a Câmara dos Deputados e os Correios, iniciando-se em 2017, com o bicentenário da vinda de Dona Leopoldina, que se estenderá até 2022, com a comemoração dos 200 anos da Proclamação da Independência. Na parte superior do selo a inscrição “Brasil, 200 anos de Independência” e o uso das cores de um nascer do sol identificam o alvorecer de uma nação. A seguir, a imagem da nau D. João VI, navio de construção sofisticada, que em 1817 trouxe a Princesa ao Rio de Janeiro, em aquarela de Franz Joseph Frühbeck. Abaixo, o retrato da Princesa Leopoldina, gravura feita por Jean F. Baddoureau a partir da obra do artista Jules A. Vauthier, mostra toda sua jovialidade na época da viagem de vinda ao Brasil. Por último, sua assinatura, já com a adoção do nome Maria Leopoldina, em homenagem à nova Pátria. A folha dos selos traz uma vinheta identificando a emissão Série Relações Diplomáticas Brasil – Áustria, o Bicentenário da Vinda da Princesa e a efígie de Dª. Maria Leopoldina. Foram utilizados recursos de tinta calcográfica e computação gráfica.
ABOUT THE STAMP
This issue is the first in a series of six, called “Brazil, 200 Years of Independence”, a partnership between the Brazilian Chamber of Deputies and the Correios Brasil, starting in 2017, along with the bicentenary anniversary of Dona Leopoldina’s arrival in Brazil, which will extend until 2022, with the commemoration of the 200th anniversary of the Proclamation of Independence. At the top of the stamp the inscription there is the message “Brazil, 200 years of Independence” and the use of the colors of a sunrise that identify the dawn of a nation. Next, the image of the ship of D. João VI, a ship o f sophisticated construction, which in 1817 brought the Princess to Rio de Janeiro, in watercolor art by Franz Joseph Frühbeck. Below, the portrait of Princess Leopoldina, engraved by Jean F. Baddoureau from the work of the artist Jules A. Vauthier, shows all her joviality at the time when she went to Brazil. Finally, her signature, already with the adoption of the name Maria Leopoldina, in homage to the new Homeland. The stamp sheet contains a vignette identifying the issue of Brazil - Austria Diplomatic Relations, the Bicentennial of the Arrival of the Princess and the effigy of Dª. Maria Leopoldina. Intaglio ink and computer graphics resources were used to produce these stamps.
DETALHES TÉCNICOS
Edital nº 14
Arte: Ely Borges e Isabel Flecha de Lima
Processo de Impressão: ofsete + tinta calcográfica
Papel: cuchê gomado
Folha com 12 selos
Valor facial: R$4,20 cada selo
Tiragem: 240.000 selos
Área de desenho: 21mm x 39mm
Dimensão do selo: 26mm x 44mm
Picotagem: 11,5 x 11
Data de emissão: 7/11/2017
Locais de lançamento: Brasília/DF e Rio de Janeiro/RJ
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
TECHNICAL DETAILS
Stamp issue N. 14
Art: Cristiano Ely Borges e Isabel Flecha de Lima
Print system: offset + intaglio ink
Paper: gummed chalky paper
Sheet with 12 stamps
Facial value: R$4.20 each stamp
Issue: 240,000 stamps
Design area: 21mm x 39mm
Stamp dimensions: 26mm x 44mm
Perforation: 11.5 x 11
Date of issue: November 7th , 2017
Places of issue: Brasília/DF and Rio de Janeiro/RJ
Printing: Brazilian Mint
D.ª MARIA LEOPOLDINA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Nascida em 22 de janeiro de 1797, em Viena, Áustria, a arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, que no Brasil iria adotar os nomes de Leopoldina e Maria Leopoldina, era filha de Francisco I, imperador da Áustria (1768-1835) e sua segunda esposa, a imperatriz Maria Teresa de Bourbon-Sicília (1772-1807). Desde pequena, Leopoldina recebeu uma educação esmerada na corte vienense, adquirindo conhecimentos científicos, políticos, históricos e artísticos, além de aprender idiomas estrangeiros, especialmente o francês. Desde cedo mostrou interesse para a botânica e para a mineralogia. Nas excursões realizadas com sua família, aproveitava para coletar mostras de minerais e plantas. Em 1816, depois de demoradas negociações, a Arquiduquesa foi escolhida para ser esposa de Dom Pedro de Alcântara, filho de Dom João VI e de Carlota Joaquina de Bourbon, herdeiro do trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. O casamento foi celebrado por procuração, em Viena, no dia 13 de maio de 1817. Dona Leopoldina partiu de Viena no dia 2 de junho, em uma viagem que durou cinco meses. Em sua comitiva de 28 pessoas havia cientistas e artistas austríacos que estudariam e retratariam a natureza brasileira. Dentre os estudiosos estavam o botânico Carl von Martius, o naturalista Johann von Spix e o zoólogo Johann Natterer. Ainda na viagem para o Brasil, passou a firmar “Maria Leopoldina”, em homenagem à nova Pátria, pois fora informada que esse era um dos prenomes de todas as infantas portuguesas. Chegou no Rio de Janeiro, no dia 5 de novembro de 1817. No dia seguinte os príncipes receberam a benção nupcial na Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Com o retorno de D. João VI a Portugal, em abril de 1821, o casal herdeiro ficou no Brasil. O avanço de ideias liberais e as independências de vários países na América Hispânica levaram um número considerável de políticos brasileiros a apontarem impossibilidade da manutenção do Reino Unido Brasil, Portugal e Algarves. Quando o marido, príncipe regente, viajou a São Paulo, em agosto de 1822, para apaziguar a capitania, D. Leopoldina exerceu a regência. Pedro entregou o poder a sua esposa em 13 de agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com poderes legais para governar o país durante a sua ausência. Grande foi sua influência no processo de independência. A princesa recebeu notícias que Portugal estava preparando diversas ações contra o Brasil e, sem tempo para aguardar o retorno de Pedro, Leopoldina, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva, e usando de seus atributos de chefe interina do governo, reuniu-se na manhã de 2 de setembro de 1822, com o Conselho de Estado, concluindo pela necessidade de independência do Brasil. D. Leopoldina envia a D. Pedro uma carta, juntamente com outra de autoria de José Bonifácio, além de comentários de Portugal criticando a atuação do marido. Os documentos são entregues a D. Pedro em São Paulo, em 7 de setembro, que proclama a Independência do Brasil, rompendo definitivamente com Portugal. Em 1º de dezembro de 1822, D. Pedro I e D.ª Maria Leopoldina foram aclamados como os primeiros Imperadores do Brasil, na Igreja da Nossa Senhora do Monte do Carmo, a Catedral Velha do Rio de Janeiro. Em 25 de março de 1824, o casal imperial jurou a nossa primeira Constituição como país independente. A primeira bandeira do Brasil independente foi idealizada por Jean Baptiste Debret: o verde representa as cores da família Bragança e o amarelo da dinastia Habsburgo-Lorena. Dois filhos de Dom Pedro I e Dona Leopoldina foram soberanos: Dona Maria II, rainha de Portugal, e Dom Pedro II, imperador do Brasil. Em 11 de dezembro de 1826, a Imperatriz teve um aborto espontâneo e, como consequência, acabou falecendo. A morte de D.ª Maria Leopoldina provocou o que se considera o primeiro luto nacional brasileiro, conforme atestam diversos historiadores. Atualmente seus restos mortais jazem no Mausoléu Imperial da Cripta do Ipiranga, em São Paulo.
José Theodoro Menck
Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados
D.ª MARIA LEOPOLDINA AND THE INDEPENDENCE OF BRAZIL
Born on January 22, 1797, in Vienna, Austria, the archduchess Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo-Lorena, who in Brazil was to adopt the names Leopoldina and Maria Leopoldina, was the daughter of Francis II, Emperor of Austria (1768 -1835) and his second wife, the Empress Maria Theresa of Bourbon-Sicily (1772-1807). From a young age, Leopoldina received a thorough education at the Viennese court, acquiring scientific, political, historical and artistic knowledge, as well as learning foreign languages, especially French. From an early age she showed interest in botany and mineralogy. During the excursions with her family, she used to collect minerals and plants samples. In 1816, after lengthy negotiations, the Archduchess was chosen to be the wife of Dom Pedro de Alcântara, son of Dom João VI and Carlota Joaquina de Bourbon, heir to the throne of the United Kingdom of Portugal, Brazil and Algarve. The marriage was celebrated by proxy, in Vienna, on May 13, 1817. Dona Leopoldina left Vienna on June 2, in a trip that lasted five months. In their entourage of 28 people there were Austrian scientists and artists who would study and portray the Brazilian nature. Among the scholars were the botanist Carl von Martius, the naturalist Johann von Spix and the zoologist Johann Natterer. Still on the voyage to Brazil, she began to sign “Maria Leopoldina”, in homage to the new Homeland, since she was informed that this was one of the names of all the female Portuguese infants. She arrived in Rio de Janeiro on November 5, 1817. The next day the both princes received the nuptial blessing in the Our Lady of Mount Carmel Church. With the return of D. João VI to Portugal, in April of 1821, the couple of heirs stayed in Brazil. The advance of liberal ideas and the independence of several countries in Hispanic America led a considerable number of Brazilian politicians to point out the impossibility of maintaining the United Kingdom Brazil, Portugal and the Algarve. When her husband, prince regent, traveled to São Paulo in August 1822 to appease the captaincy, D. Leopoldina acted as regent. Pedro handed over power to his wife on August 13, 1822, appointing her head of the Council of State and Acting Regent Princess of Brazil, with legal powers to govern the country during her absence. Great was his influence in the process of independence. The Princess received news that Portugal was preparing several actions against Brazil and, without time to wait for Pedro’s return, Leopoldina, advised by Jose Bonifacio de Andrada e Silva, and using his attributes as interim head of government, met in the morning of September 2, 1822, with the Council of State, defining the need for independence of Brazil. D. Leopoldina sends D. Pedro a letter, along with another one written by José Bonifácio, in addition to comments from Portugal criticizing the husband’s performance. The documents are delivered to D. Pedro in São Paulo on September 7, which proclaims the Independence of Brazil, definitively breaking the bonds with Portugal. On December 1, 1822, D. Pedro I and D. Maria Leopoldina were acclaimed as the first Emperors of Brazil, in the Our Lady of Mount Carmel Church, the Old Cathedral of Rio de Janeiro. On March 25, 1824, the imperial couple swore our first constitution as an independent country. The first independent Brazil flag was designed by Jean Baptiste Debret: green represents the colors of the Bragança family and the yellow of the Habsburg-Lorraine dynasty. Two sons of Dom Pedro I and Dona Leopoldina were sovereign: Dona Maria II, queen of Portugal, and Dom Pedro II, emperor of Brazil. On December 11, 1826, the Empress had a miscarriage and, as a consequence, she died. The death of D. Maria Leopoldina provoked what is considered the first Brazilian national mourning, according to several historians. Her remains now lie in the Imperial Crypt of Ipiranga, in São Paulo.
José Theodoro Menck
Legislative Consultant of the Chamber of Deputies
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