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Lançamento | Riquezas da Fauna Brasileira


Sobre os Selos

A folha de selos é composta por fotografias de três diferentes e exóticas espécies da nossa fauna: as larvas do besouro Pyrearinnus termitilluminans, que proporcionam o fenômeno conhecido como Cupinzeiro Luminoso, a Preguiça-de-Coleira e o Mico-leão-preto. Nas fotos, tomadas em ambiente natural, foi possível destacar a cativante beleza dos dois mamíferos e as peculiaridades do fenômeno luminoso do cupinzeiro, contrastando o forte matiz verde com o fundo de gradiente escuro do anoitecer. Foram usadas as técnicas de fotografia e computação gráfica.


Riquezas da Fauna Brasileira

Os Correios, através da filatelia, têm a honra de apresentar três novos selos da rica fauna brasileira: o cupinzeiro luminoso, o mico-leão-preto e a preguiça-de-coleira.


Cupinzeiros Luminosos – Observados no Brasil Central constituem um fenômeno impressionante que aparece em relatos de viajantes e naturalistas desde o século XIX. Essa luminosidade ocorre no início da estação chuvosa e dura apenas algumas semanas. Os pontos luminosos que aparecem na superfície dos cupinzeiros construídos pelo cupim Cornitermes cumulans são larvas de um besouro (Pyrearinnus termitilluminans) que medem cerca de 2 cm e cavam túneis na parede externa. Durante a noite a larva expõe parte do corpo através de uma abertura e usa a luz esverdeada emitida por seus órgãos bioluminescentes para atrair presas, especialmente cupins e formigas alados, que revoam em grande número à noite. Cada cupinzeiro pode conter até cerca de 200 larvas.

Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) constrói ninhos de barro de forma aproximadamente cônica e com uma parede externa dura, com altura média em torno de 80 cm. Ninhos velhos podem atingir altura de cerca de 1,5 m. Pyrearinnus termitilluminans (Costa, 1982) é um besouro da família Elateridae que possui órgãos bioluminescentes na larva e no adulto. Na larva a bioluminescência é produzida por um par de órgãos arredondados localizados no pronoto, a região dorsal do primeiro segmento do tórax. Como nas outras espécies de besouros luminescentes, a luz é produzida através de uma reação química que envolve a oxidação de uma substância chamada luciferina. Essa luz pode ser usada para comunicação entre indivíduos da mesma espécie ou para a atração de presas. Essa espécie de besouro é conhecida apenas no Brasil.

Reginaldo Constantino, Ph.D.

Departamento de Zoologia, IB, Universidade de Brasília


Mico-Leão-Preto – Dentre as quatro espécies de micos-leões que a Mata Atlântica Brasileira abriga, está o mico-leão-preto, Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823), a espécie símbolo do estado de São Paulo. Isso porque ela existe apenas nesse estado, nos remanescentes de Mata Atlântica de Interior e matas ciliares. Devido à intensa devastação dessa floresta e fragmentação de seu habitat, a espécie sofreu uma redução significativa da população a aproximadamente 1500 indivíduos. Para se ter uma ideia, o mico-leão-preto foi considerado extinto por 65 anos, devido à ausência de registros na natureza, até sua redescoberta em 1970.

Os micos-leões-pretos são pequenos primatas que pesam cerca de 600 gramas quando adultos. Têm o corpo coberto por uma pelagem longa, predominantemente preta, com exceção do dorso que apresenta coloração alaranjada. Recebem esse nome por conta da pelagem da cabeça, que se assemelha a uma juba de leão.

Vivem em grupos familiares de 2 a 8 indivíduos. Cada grupo é composto por uma fêmea dominante, um a dois machos reprodutivos e os filhotes e juvenis do casal, que permanecem no grupo até atingirem a maturidade sexual e dispersarem para a formação de seus próprios grupos familiares. A fêmea geralmente dá à luz gêmeos, uma vez ao ano, após uma gestação de aproximadamente 4 meses. Eles se comunicam entre si, emitindo diversos tipos de vocalizações tanto para com os membros do grupo como de grupos vizinhos.

Como são animais territorialistas, cada grupo utiliza uma área quase que exclusiva, que pode variar de 40 a 400 hectares. Eles realizam suas atividades durante o dia, e à noite se abrigam em ocos de árvores para dormir.

Alimentam-se majoritariamente de frutos, mas também de invertebrados, pequenos vertebrados, como lagartixas, aves e pererecas, exsudatos das árvores (goma) e flores.

Atualmente, o mico-leão-preto é classificado na categoria “Em Perigo” nas listas de espécies ameaçadas internacional, brasileira e estadual, sendo os principais fatores de ameaça a perda e fragmentação de seu habitat.

Gabriela Cabral Rezende

Pesquisadora e Coordenadora de Programa de Conservação do Mico-leão-preto do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas


Preguiça-de-Coleira – A espécie Bradypus torquatus foi categorizada como Vulnerável, considerando a sua área de ocupação estimada de pelo menos 978 km2, imersa em matriz florestal severamente fragmentada, sofrendo declínio continuado em sua área de ocupação e qualidade do hábitat. Endêmica ao Brasil, ela está presente apenas na Mata Atlântica costeira do Sudeste e Nordeste. Ocorre nos estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo e provavelmente no extremo nordeste de Minas Gerais.

A preguiça-de-coleira caracteriza-se por possuir uma pelagem espessa de cor castanho-claro, uniforme por todo o corpo, sem distinção entre o dorso e o abdome, e uma coleira de pelos longos e pretos ao redor do pescoço, geralmente mais longa e nítida na região mediana do dorso. Esta mancha de pelos pretos é ausente nos filhotes e juvenis, cujo dorso varia do branco ao marrom-claro. Um dado interessante é que a coleira preta é maior e mais negra nos machos.

De hábitos solitário e arborícola restrito, tem atividade diurna e noturna, dependendo da área ou região. Alimenta-se, preferencialmente, de folhas mais jovens e, raramente, flores e frutos e são muito sensíveis à mudança climática. O período de gestação é desconhecido, mas ao que tudo indica deve ser semelhante às demais espécies do gênero, ou seja, em torno de seis meses. Os nascimentos dos filhotes ocorrem entre fevereiro e julho. Na maioria dos casos, as fêmeas têm a gestação e a lactação ocorrendo durante o período do ano em que as temperaturas são favoráveis e os alimentos preferidos são abundantes.

Flávia Miranda

Instituto Tamanduá


Detalhes Técnicos

Edital nº 22

Fotos: Ary Bassous (cupinzeiro luminoso), Gabriela Cabral Rezende (mico-leão preto) e Fabio Lima/Instituto Tamanduá (preguiça-decoleira)

Processo de Impressão: ofsete

Papel: cuchê gomado

Folha com 30 selos

Valor facial: 2º Porte Carta Comercial

Tiragem: 300.000 selos (100.000 de cada)

Área de desenho: 39 x 21mm

Dimensão do selo: 44 x 26mm

Picotagem: 11 x 11,5

Data de emissão: 23/9/2019

Locais de lançamento: Manaus/AM e Teófilo Otoni/MG

Impressão: Casa da Moeda do Brasil



 

Brazilian Faunal Richness


About the Stamps

The stamp sheet is made up of photographs of three different and exotic species of Brazilian fauna: the larvae of the beetle Pyrearinnus termitilluminans, which create the phenomenon known as Glowing Termite Mound, the Maned Sloth and the Black Lion Tamarin. In the photos taken in a natural environment, it was possible to highlight the captivating beauty of both mammals and the peculiarities of the light phenomenon of the mound termite, contrasting the strong green hue with the dark gradient background of dusk. The techniques of photography and computer graphics were used.


Brazilian Faunal Richness

Correios Brasil, through philately, has the honor of presenting three new stamps of the rich Brazilian fauna: the bioluminescent termite mound, the black lion tamarin and the maned sloth.


Bioluminescent termite mounds – Seen in Central Brazil are an impressive phenomenon, appearing in reports of travelers and naturalists since the 19th century. The luminosity occurs in the beginning of the rainy season and lasts only a couple of weeks. The luminous spots on the surface of termite mounds built by Cornitermes cumulans are larvae of a beetle (Pyrearinnus termitilluminans) that measure about 2 cm and dig tunnels in the outer wall. At night the larva exposes part of its body through an opening and uses the greenish light emitted by its bioluminescent organs to attract prey, especially winged termites and ants, which swarm in great numbers at night. As many as 200 larvae may be present in each mound.

Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) builds earthen nests approximately cone shaped and with a hard outer wall, with average height around 80 cm. Old nests can reach a height about 1.5 m. It occurs in Brazil, Paraguay, and Argentina, being more common in grasslands and pastures, where it can reach densities around 80 nests per hectare.

Pyrearinnus termitilluminans (Costa, 1982) is a beetle of the Elateridae family that has bioluminescent organs both in the larva and in the adult. In the larva, bioluminescence is produced by a pair of rounded organs located on the pronotum, the dorsal region of the first thoracic segment. As in other species of luminescent beetles, light is produced through a chemical reaction involving the oxidation of a substance called luciferin. This light can be used for communication between individuals of the same species or for the attraction of prey. This beetle species is known only in Brazil.

Reginaldo Constantino, Ph.D.

Departament of Zoology, IB, University of Brasília


Black lion tamarin – Among the four species of lion tamarins that the Brazilian Atlantic Forest houses, is the black lion tamarin, Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823), the symbolic species of the state of São Paulo. This is because they exist only in this state, in the remnants of the Interior Atlantic Forest and riparian forests. Due to the intense devastation of this forest and fragmentation of its habitat, the species suffered a significant population reduction to approximately 1500 individuals. To have an idea, the black lion tamarin was considered extinct for 65 years, due to the absence of records in the nature, until their rediscovery in 1970.

Black lion tamarins are small primates that weigh about 600 grams as adults. Their body is covered by a long, predominantly black coat, except for the back which is orange in color. They are named after their head coat, which resembles a lion’s mane.

They live in family groups of 2 to 8 individuals. Each group is comprised of one dominant female, one to two reproductive males, and the couple’s cubs and juveniles that remain in the group until they reach sexual maturity and disperse to form their own family groups. The female usually gives birth to twins once a year after approximately 4 months’ gestation. They communicate with each other by issuing various types of vocalizations to both group members and neighboring groups.

As they are territorial animals, each group uses an almost exclusive area, which can vary from 40 to 400 hectares. They perform their activities during the day, and at night they take shelter in hollow trees to sleep.

They feed mostly on fruits, but also on invertebrates, small vertebrates such as lizards, frogs, birds and tree gum and flowers.

Currently, the black lion tamarin is classified in the “Endangered” category in the international, Brazilian and state threatened species lists, and the main threat factors are habitat loss and fragmentation.

Gabriela Cabral Rezende

Researcher and Coordinator of Programa de Conservação do Mico-leãopreto do IPÊ (IPÊ Black Lion Tamarin Conservation Program) - Instituto de Pesquisas Ecológicas (Institute for Ecological Research)


Maned sloth – The Bradypus torquatus species was categorized as Vulnerable, considering its estimated occupation area of at least 978km2, immersed in severely fragmented forest matrix, suffering continuous decline in its occupation area and habitat quality. Endemic to Brazil, it is present only in the coastal Atlantic Forest of the Southeast and Northeast. It occurs in the states of Sergipe, Rio de Janeiro, Bahia, Espirito Santo and probably in the extreme northeast of Minas Gerais.

The maned sloth is characterized by a light-brown thick coat, uniform throughout the body, with no distinction between the back and the abdomen, and a mane of long black hair around the neck, usually longer and clearer in the mid-back. This patch of black hair is absent in puppies and juveniles, whose back varies from white to light brown. An interesting fact is that the black mane is bigger and blacker in males.

With restricted solitary and arboreal habits, it has day and night activity, depending on the area or region. They feed preferentially on younger leaves and, rarely, flowers and fruits and are super sensitive to climate change. The gestation period is unknown, but it seems to be similar to the other species of the genus, that is, around six months, the births of the cubs occur between February and July. In most cases, females have pregnancy and lactation occurring during the time of year when temperatures are favorable and preferred foods are abundant.

Flávia Miranda

Tamanduá Institute


Technical Details

Stamp issue N. 22

Photos: Ary Bassous (bioluminescent termite mound), Gabriela Cabral Rezende (black lion tamarin) and Fabio Lima/Tamanduá Institute (maned sloth)

Print system: offset

Paper: gummed chalky paper

Sheet with 30 stamps

Facial value: 2nd class rate for domestic commercial mail

Issue: 300,000 stamps (100,000 of each)

Design area: 39 x 21mm

Stamp dimensions: 44 x 26mm

Perforation: 11 x 11.5

Date of issue: September 23rd , 2019

Places of issue: Manaus/AM and Teófilo Otoni/MG

Printing: Brazilian Mint




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