top of page

Lançamento | Rendas Brasileiras


Sobre os Selos

A quadra de selos foi inspirada pela arte do encarte “Renda Brasileira”, produzido pela Equipe Renato Imbroisi. No selo superior à esquerda está representada a renda Renascença. Ao lado, à direita, o desenho da renda Irlandesa. Na parte de baixo, à esquerda, podemos ver a renda Filé, e por último, no quadrante inferior direito, a renda de Bilro. Os quatro selos estão unidos pela continuidade das rendas que se encontram. Foi utilizada tinta calcográfica branca sob o fundo cinza, que confere um breve relevo e dá uma sensação tátil aos selos, criando uma identificação com a textura presente na composição de cada renda. A técnica utilizada foi ilustração vetorial baseada em arquivo fotográfico.


Rendas Brasileiras

A renda, tradicional artesanato de agulha e linha, originalmente praticado apenas por mulheres, foi trazida para o Brasil pelos colonizadores portugueses e por outros imigrantes europeus. Há uma diversidade de tipologias no país, em função da origem (França, Portugal, por exemplo) e das características locais que se delinearam por aqui, nos diversos pontos do país em que se configurou como artesanato tradicional e meio de geração de renda para as comunidades. Em geral, observa-se que a entrada da renda no país segue o traçado do litoral e prossegue acompanhando cursos d’água, como rios, riachos, lagoas e lagos.

Tradicionalmente branca, atualmente a renda ganhou cores inovadoras, como o vermelho vivo, o azul rei, o preto. Também ganhou feições contemporâneas em criações adaptadas ao contexto cultural e econômico atuais, em peças mais leves, como echarpes, vazadas, que requerem menos tempo de produção e têm custo final menor do que, por exemplo, uma colcha de casal, que pode levar mais de seis meses para ficar pronta. Importante destacar que tanto colchas como outras peças tradicionais – vestidos de noiva, toalhas de mesa, enxovais de bebê – continuam sendo produzidas e têm seu nicho comercial no Brasil e no exterior.

Entre as dezenas de diferentes tipos de rendas brasileiras, os Correios definiram junto com Sebrae e Renato Imbroisi os seguintes grupos para ilustrar os quatro selos postais dessa emissão: a renda de bilro, o filé, a renda irlandesa e a renascença.

Renda de bilro: De origem portuguesa, está muito presente em regiões litorâneas do Nordeste e de Santa Catarina. O tecido é produzido sobre almofadas cilíndricas, envoltas num papel grosso, no qual são presos alfinetes ou espinhos de plantas, formando o desenho da renda. Em cada fio de linha a ser trabalhado, há um peso ou bilro, e as renderias os movimentam rapidamente, entrelaçando-os e tecendo a renda e produzindo uma percussão característica, pelo bater dos bilros.

Filé: A renda é feita sobre uma espécie de malha de linha que se assemelha a um rede de pesca Costuma ser associada à rede de pesca. Por essa razão, se diz que onde há pesca, se faz filé. Alagoas e Ceará são os principais núcleos produtivos.

Irlandesa: Ao contrário do que pode parecer, não veio da Irlanda, mas a história conta que foi trazida e ensinada por feiras irlandesas. É tradicional da pequena cidade sergipana de Divina Pastora, a 34 Km da capital, Aracaju. Foi declarada patrimônio Histórico em 2009, pelo IPHAN. A renda é produzida entre duas fitas cilíndricas que são presas sobre o papel onde se fez o desenho da peça.

Renascença: É parecida com a renda Irlandesa, com a diferença que se usa uma fita plana e não cilíndrica chamada lacê. Há também diferenças nos pontos, mas também se trabalha sobre um papel com o desenho da renda. A região do Cariri, na paraíba, e o Estado de Pernambuco são os principais núcleos produtivos.

Renato Imbroisi

Designer de artesanato


A atuação do Sebrae objetiva fomentar o artesanato de forma integrada, enquanto setor econômico sustentável que valoriza a identidade cultural das comunidades e promove a melhoria da qualidade de vida, ampliando a geração de renda e postos de trabalho.

O trabalho do Sebrae teve início em 1997 sempre em conexão com instituições públicas e privadas, tendo como marco inicial desse modelo de atuação, a parceria com a Artesol em 1998. O programa Artesanato Solidário visava desenvolver e promover a cidadania e o desenvolvimento local, por meio de capacitação de pessoas e da mobilização das comunidades artesãs a partir dos seus saberes tradicionais. Nesse contexto, a participação do Sebrae contribuiu para a inclusão de questões relacionadas a gestão e processos, tais temas colaboraram para uma melhor organização dos processos produtivos e consequentemente um melhor posicionamento dos artesãos/grupos produtivos atendidos no mercado nacional e internacional.

Por meio da sua estratégia, o Sebrae sempre atentou por uma intervenção responsável nas comunidades, preservando as técnicas tradicionais, saberes, fazeres e a identidade cultural como nosso grande patrimônio cultural e diferencias competitivo dos produtos artesanais trabalhados.

Nesses anos, o Sebrae adequou e corrigiu percursos, mas vale destacar os trabalhos realizados em prol da preservação e resgate do artesanato de tradição como a renda renascença, irlandesa, bilro e outros em âmbito do sistema como: Resgate da Renda Renascença por meio de oficinas escolas na Paraíba com inclusão de jovens em horários opostos ao escolar, Mulheres rendeiras do Morro da Mariana – PI e rendeiras de Saubará – BA, resgate dos Mestres de Ofícios em Minas Gerais, Mestres Populares de Pernambuco.

Além disso, o Sebrae trabalhou em parceria com o INPI para reconhecimento de 9 técnicas artesanais com selo IG, dentre as quatro rendas dos selos, reconhecidas com Selo de Indicação Geográfica.

Nos últimos 4 anos a atuação do Sebrae no âmbito do segmento do artesanato alcançou os seguintes números: mais de 21 mil artesãos atendidos em projetos especializados em artesanato, mais que 16 milhões de negócios gerados e aproximadamente 28 mil empresas artesanais atendidas.

O Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), localizado no Rio de Janeiro, tem por objetivo reposicionar o artesanato nacional, para que o visitante tenha uma excelente percepção e passe a ser um consumidor frequente ao compreender o valor do produto artesanal. 2.500 alunos de escolas públicas e privadas participaram do Programa Educativo do CRAB, e foram realizadas 14 exposições de artesanato brasileiro com 3.765 peças de 572 artesãos e 10 milhões de visitantes nos últimos dezessete meses.

Próximo ano completaremos 50 anos de existência e é uma honra ter a parceria dos Correios para o lançamento do Selo Rendas Brasileiras, demonstrando a valorização da mão de obra do artesão que enriquece o nosso Brasil

Durcelice Mascene e Valéria Barros

Analistas Técnica Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional


Detalhes Técnicos

Edital nº 7

Arte: Equipe Renato Imbroisi

Curadoria: Renato Imbroisi

Fotos: Marcos Muzzi

Pesquisa: Silvia Sassaoka

Design e arte-finalização: Daniel Effi–Correios

Processo de Impressão: Ofsete e tinta calcográfica

Papel: cuchê gomado

Folha com 24 selos, sendo 6 quadras

Valor facial: 2º Porte da Carta

Tiragem: 360.000 selos (60.000 quadras)

Área de desenho: 30 x 40mm

Dimensão do selo: 30 x 40mm

Picotagem: 12 x 11,5

Data de emissão: 07/07/2021

Locais de lançamento: Fortaleza/CE, Divina Pastora/SE e Recife/PE

Impressão: Casa da Moeda do Brasil


edital_7_2021_rendas_brasileiras
.pdf
Download PDF • 149KB

 

New Issue | Brazilian Lace


About the Stamps

This set of 4 stamps was inspired by the “Renda Brasileira” (Brazilian Lace) brochure, produced by Renato Imbroisi Team. The upper left stamp represents the Renaissance lace. Just beside it, on the upper right, the Irish lace. On the lower left we can see the Filet lace stamp, and then on the lower right, the Bobbin lace. The four stamps are connected in the center by lace edges. Intaglio white ink was applied on gray background, creating a relief along a tactile sensation, an identification with the texture that there is in every lace composition. Technique utilized was vectorial illustration based in photographic files.


Brazilian Lace

Lace, a traditional needle and thread craft, originally practiced only by women, was brought to Brazil by Portuguese settlers and other European immigrants. There is a diversity of typologies in the country, depending on the origin (France, Portugal, for example) and the local characteristics that were outlined in the different parts of the country where it was configured as traditional handicraft and as means of income source for the communities. In general, it is observed that the income inflow in the country follows the coastline and continues along water courses, such as rivers, streams and lakes.

Traditionally white, today the lace has gained innovative colors, such as bright red, king blue, black. It also gained contemporary features in creations adapted to the current cultural and economic context, in lighter pieces, such as scarves, hollow ones, which require less production time and have a lower final cost than, for example, a double quilt, which can take six or more months to be finished. It is important to highlight that as much bedspreads as other traditional pieces – wedding dresses, tablecloths, baby trousseaus – continue to be produced and have their commercial niche in Brazil and abroad.

Among the dozens of different types of Brazilian lace, Correios, together with Sebrae and Renato Imbroisi, defined the following groups to illustrate the four postage stamps of this issue: Bobbin lace, Filet, Irish lace and the Renaissance.

Bobbin lace: Having Portuguese roots, it is very present in coastal regions of the Northeast and Santa Catarina. The fabric is produced on cylindrical cushions, wrapped in thick paper, to which pins or plant thorns are attached, forming the lace pattern. In each thread to be worked, there is a weight or bobbin, and the lacemakers move them quickly, interweaving them and weaving the lace and producing a characteristic percussion, by the beat of the bobbins.

Filet: The lace is made over a kind of mesh of thread that resembles a fishing net. It is usually associated with a fishing net. For this reason, it is said that where there is fishing, steak is filet. Alagoas and Ceará are the main productive centers.

Irish: Contrary to what it may seem, it did not come from Ireland, but history tells that it was brought and taught by Irish fairs. It is traditional in the small Sergipe town of Divina Pastora, 34 km from the capital, Aracaju. It was declared Historic Heritage in 2009, by IPHAN. The lace is produced between two cylindrical ribbons that are attached to the paper where the design of the piece was made.

Renaissance: It is similar to Irish lace, with the difference that it uses a flat ribbon rather than a cylindrical one, also called lacê. There are also differences in stitches, but you also work on a paper with the lace pattern. The region of Cariri, in the state of Paraíba, and the State of Pernambuco are the main productive centers.

Renato Imbroisi

Handicraft designer


Activities of Sebrae (Brazilian quasi-governmental Micro and Small Business Support Service) aim to promote handicrafts in an integrated manner, as a sustainable economic sector that values the cultural identity of communities and promotes an improvement in the quality of life, expanding the generation of income and jobs.

Sebrae’s work began in 1997, always in connection with private institutions and institutions, having as the starting point of this model of action, a partnership with Artesol in 1998. The Solidarity Handcraft program aimed to develop and promote citizenship and local development, by means of training people and mobilizing artisan communities based on their traditional knowledge. In this context, the participation of Sebrae contributed to the inclusion of issues related to management and processes, such themes contributed to a better organization of production processes and consequently a better positioning of artisans/production groups served in the national and international market.

Through its strategy, Sebrae has always sought responsible intervention in communities, preserving traditional techniques, knowledge, practices and cultural identity as our great cultural heritage and differentiating from the competition of handcrafted products.

In these years, Sebrae adjusted and corrected paths, but it is worth highlighting the works carried out in favor of the preservation and rescue of traditional crafts such as renaissance, Irish, bobbin lace and others within the scope of the system, such as: Redemption of Renaissance Income through workshops schools in Paraíba with the inclusion of young people at different times from school, Women lacemakers from Morro da Mariana - PI and lacemakers from Saubará - BA, rescue of the Masters of Crafts in Minas Gerais, Popular Masters of Pernambuco.

In addition, Sebrae worked in partnership with INPI to recognize 9 craft techniques with the IG seal, among the four income from the seals, recognized with the Geographical Indication Seal.

In the last 4 years, Sebrae’s performance in the handicraft segment reached the following numbers: more than 21 thousand artisans served in projects specialized in handicraft, more than 16 million businesses generated and approximately 28 thousand artisan companies served.

The Sebrae Reference Center for Brazilian Crafts (CRAB), located in Rio de Janeiro, aims to reposition national handicrafts, so that the visitor has an excellent perception and becomes a frequent consumer by understanding the value of the handcrafted product. 2,500 students from public and private schools participated in the CRAB Educational Program, and 14 developments of Brazilian handicraft were built with 3,765 pieces by 572 artisans and 10 million visitors in the last seventeen months.

Next year we will celebrate 50 years of existence and it is an honor to have a partnership with Correios Brasil for the Rendas Brasileiras postage stamp release, demonstrating the appreciation of the artisan work that enriches our Brazil.

Durcelice Mascene e Valéria Barros

Technical Analysts for the Competitiveness Unit of the National Sebrae


Technical Details

Stamp issue N. 7

Art: Renato Imbroisi Team

Curatorship: Renato Imbroisi

Photos: Marcos Muzzi

Research: Silvia Sassaoka

Design and art-finishing: Daniel Effi–Correios Brasil

Print system: Offset and intaglio ink

Paper: gummed chalky paper

Sheet with 24 stamps, 6 sets of 4

Facial value: 2nd class rate for domestic mail

Issue: 360,000 stamps (60,000 sets of 4)

Design area: 30 x 40mm

Stamp dimensions: 30 x 40mm

Perforation: 12 x 11.5

Date of issue: July 7th, 2021

Places of issue: Fortaleza/CE, Divina Pastora/SE and Recife/PE

Printing: Brazilian Mint

124 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page