Sobre os Selos
A emissão é composta por um se-tenant de seis selos, traz em sua parte superior o característico teto da cripta da Catedral da Sé, formado por abóbodas de tijolinhos aparentes. Nos selos das extremidades, está retratada a escadaria que dá acesso à cripta, localizada sete metros abaixo do nível da Praça da Sé. O segundo e o quinto selos reproduzem esculturas que representam Jó e São Jerônimo, respectivamente, ambas as peças simbolizam a morte cristã e foram esculpidas em Roma por Frederico Leopoldo e Silva especialmente para o edifício. O altar da cripta, projetada por Maximilian Emil Hehl, é retratado no terceiro selo. Marcando a presença das importantes personalidades cujos restos mortais estão abrigados na cripta centenária, o quarto selo traz reprodução da medalha que orna o túmulo de Dom Duarte Leopoldo e Silva: arcebispo de São Paulo entre 1908 e 1938 e que foi responsável pelo desenvolvimento do projeto de construção e início das obras da Catedral da Sé, em 1913. A folha com 12 selos, possui uma vinheta com o título da emissão, o croqui da cripta e a marca da catedral da Sé. A direção de arte deste se-tenant de selos é do Estúdio Centro, com ilustrações em lápis e aquarela de Eduardo Bajzek, arquiteto especializado em desenhos de perspectivas.
100 anos da cripta da Catedral de São Paulo: relíquia histórica e joia arquitetônica da cidade
Inaugurada no dia 16 de janeiro de 1919, a cripta da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo foi a primeira parte concluída do novo templo na reformulada Praça da Sé – que substituía o antigo largo de mesmo nome, quatro vezes menor. A nova praça integrava um conjunto maior de ações da Prefeitura de São Paulo que tinham o objetivo de adequar a cidade ao seu crescimento desordenado, fruto do sucesso da economia do café. De fato, São Paulo viu sua população crescer de cerca de 30 mil pessoas em 1870 para pouco mais de 240 mil no início dos anos 1900. O alto crescimento populacional expandia também os territórios da cidade, que deixava de ter vida só no seu centro histórico e começava a ganhar as periferias. A simplicidade da antiga catedral, de estilo barroco e construída em taipa de pilão, não parecia mais adequada à grandeza da cidade. Espécie de capela subterrânea, a cripta acolhe os túmulos dos bispos e arcebispos que governaram São Paulo ao longo desses 274 anos de história (a partir de 1745 como diocese, com território desvinculado da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, e desde 1908 como arquidiocese). Estão na cripta da Catedral de São Paulo os restos mortais de bispos como Dom Duarte Leopoldo e Silva, que foi o primeiro arcebispo de São Paulo e conduziu a elaboração do projeto e os primeiros passos das obras da nova catedral, e de Dom José Camargo de Barros, morto num naufrágio que foi imortalizado em tela do pintor paulista, Benedito Calixto. Como acontece com as milenares catedrais europeias, a cripta de São Paulo também tem a presença de outros personagens muito importantes para a história da cidade e do País. Estão sepultados nela, por exemplo, os restos mortais do cacique Tibiriçá, considerado o primeiro cidadão paulistano, e de Diogo Antonio Feijó, que exerceu o cargo de regente do então império brasileiro quando Dom Pedro II era menor de idade. Sete metros abaixo do nível da Praça da Sé, com piso de mármore quadriculado e teto de tijolinhos a mostra que são marcas de sua arquitetura, a cripta tem, ainda, duas esculturas em mármore Carrara de grande valor artístico. Executadas pelo escultor paulista Francisco Leopoldo e Silva, que estudou com Brecheret em Paris, as esculturas abordam a temática da morte e da ressureição na ótica cristã a partir das histórias de São Jerônimo e Jó. Celebrar o centenário da cripta é fazer memória da vida de todos esses personagens da história de nosso País. Mais do que isso, é celebrar a história da própria cidade de São Paulo refletida nas marcas do seu principal e mais importante templo. Quando lançou a ideia de construir uma nova catedral para São Paulo, Dom Duarte proferiu um discurso em sua residência afirmando que os católicos paulistas gostariam de uma catedral grandiosa “que, testemunhando a fartura dos nossos recursos materiais, seja também hino de ação de graças a Deus Nosso Senhor”. Ao celebrar os 100 anos da cripta da catedral, chamada à época de sua inauguração de “joia arquitetônica” e “relíquia histórica” da cidade de São Paulo, retomo o discurso de Dom Duarte Leopoldo e Silva naquele 25 de janeiro de 1912 em que ele apresentou a ideia de uma catedral que fosse o “selo” da “imensa e poderosa grandeza” de São Paulo, e, com ele, faço votos de que nossa catedral siga sendo casa de Deus que habita nessa cidade imensa, uma catedral que seja “escola de arte e estímulo a pensamentos mais nobres e mais elevados”. Com essa emissão os Correios, por meio da Filatelia, emoldura com picote de selo a joia arquitetônica da cidade de São Paulo, a Cripta da Sé.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo
Detalhes Técnicos
Edital nº 20
Arte: Eduardo Bajzek (ilustração) e Estúdio Centro (direção de arte)
Processo de Impressão: ofsete
Papel: cuchê gomado
Folha com 12 selos (2 se-tenants de 6 selos)
Valor facial: 1º Porte Carta Não Comercial
Tiragem: 180.000 selos (30.000 se-tenants)
Área de desenho: 23,5 x 39mm e 26 x 39mm
Dimensão do selo: 26 x 44mm
Picotagem: 11,5 x 11
Data de emissão: 5/9/2019
Local de lançamento: São Paulo/SP
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Commemorative Postal Issue | 100 Years of the Crypt of See Cathedral
About the Stamps
The issue is composed of a six-stamp se-tenant, with on its upper part the characteristic crypt ceiling of the See Cathedral, formed by vaults of exposed bricks. At the edge stamps is depicted the staircase that gives access to the crypt, located seven meters below the level of the See Square. The second and fifth stamps reproduce sculptures representing Job and St. Jerome, respectively, both pieces symbolizing Christian death and were sculpted in Rome by Frederico Leopoldo e Silva especially for the building. The crypt altar, designed by Maximilian Emil Hehl, is depicted on the third stamp. Marking the presence of the important personalities whose mortal remains are housed in the centennial crypt, the fourth stamp reproduces the medal that ornates Dom Duarte Leopoldo e Silva’s tomb: Archbishop of São Paulo between 1908 and 1938 and who was responsible for the development of the construction project and the beginning of the works of the See Cathedral, in 1913. The sheet with 12 stamps, has a vignette with the title of the issue, the crypt sketch and the See Cathedral logo. The art direction of this se-tenant is by Estúdio Centro, with pencil and watercolor illustrations by Eduardo Bajzek, architect specialized in perspective drawing
100 years of the crypt of São Paulo Cathedral:
historical relic and architectural jewel of the city
Inaugurated on January 16, 1919, the crypt of the Metropolitan Cathedral Nossa Senhora da Assunção e São Paulo was the first completed part of the new temple in the redesigned See Square – which replaced the old square of the same name, four times smaller. The new square was part of a larger set of actions of the São Paulo City Government that aimed to adapt the city to its disorderly growth, due to the success of the coffee economy. In fact, São Paulo saw its population grow from about 30,000 people in 1870 to just over 240,000 in the early 1900s. High population growth also expanded the city’s territories, which were no longer alive in its historic center. and began to gain the peripheries. The simplicity of the old cathedral, baroque style and built of mud pestle, no longer suited the grandeur of the city. A kind of underground chapel, the crypt houses the tombs of the bishops and archbishops who ruled São Paulo throughout these 274 years of history (from 1745 as a diocese, with territory unlinked from the Archdiocese of São Sebastião do Rio de Janeiro, and since 1908 as archdiocese). In the crypt of the Cathedral of São Paulo are the mortal remains of bishops such as Dom Duarte Leopoldo e Silva, who was the first archbishop of São Paulo and led the elaboration of the project and the first steps of the works of the new cathedral, and of Dom José Camargo de Barros, died in a shipwreck, that was immortalized on canvas by the São Paulo state-born painter, Benedito Calixto. As with the millenary European cathedrals, the São Paulo crypt also has the presence of other very important characters for the history of the city and the country. Buried in it, for example, are the mortal remains of the cacique (indian chief) Tibiriçá, considered the first citizen of São Paulo and the mortal remains of Diogo Antonio Feijó, who held the position of regent of the then Brazilian empire when Dom Pedro II was a minor. Seven meters below the See square level, with a checkered marble floor and a brick ceiling showing the hallmarks of its architecture, the crypt also has two Carrara marble sculptures of great artistic value. Performed by the São Paulo state-born sculptor, Francisco Leopoldo e Silva, who studied with Brecheret in Paris, the sculptures address the theme of death and resurrection in the Christian view from the stories of St. Jerome and Job. To celebrate the centenary of the crypt is to make a memory of the life of all these characters in the history of our country. More than that, it is to celebrate the history of the city of São Paulo itself reflected in the marks of its main and most important temple. When the idea of building a new cathedral for São Paulo was launched, Dom Duarte gave a speech at his residence stating that Catholics in the state of São Paulo would like a grand cathedral “which, witnessing the abundance of our material resources, may also be a hymn of thanksgiving to God, our Lord”. In commemorating the 100th anniversary of the cathedral’s crypt, called at the time of its inauguration the “architectural jewel” and “historical relic” of the city of São Paulo, I resume the speech of Dom Duarte Leopoldo e Silva, on January 25, 1912 when he presented the idea of a cathedral that was the “seal” of the “immense and mighty greatness” of São Paulo, and with it, I hope our cathedral will continue to be the house of God that lives in this immense city, a cathedral that is “art school and stimulate nobler and higher thoughts”. With this issue, Correios Brasil, through Philately, enframes with stamp perforation, the architectural jewel of the city of São Paulo, the Crypt of the See Cathedral.
Cardinal Odilo Pedro Scherer
Metropolitan Archbishop of São Paulo
Technical Details
Stamp issue N. 20
Art: Eduardo Bajzek (illustration) and Estúdio Centro (art direction)
Print system: offset
Paper: gummed chalky paper
Sheet with 12 stamps (2 se-tenants of 6 stamps)
Facial value: 1st class rate for domestic non-commercial mail
Issue: 180,000 stamps (30,000 of each se-tenants)
Design area: 23,5 x 39mm and 26 x 39mm
Stamp dimensions: 26 x 44mm
Perforation: 11.5 x 11
Date of issue: September 5th , 2019
Place of issue: São Paulo/SP
Printing: Brazilian Mint
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