Apresentação:
Apresento a seguir uma compilação das Convenções Postais Internacionais vigentes no período do Brasil-Império.
Como filatelista interessado na História Postal desse período, sempre tive dificuldade em me situar a respeito da franquia das cartas que vinham ter às minhas mãos, não encontrando uma referência filatélica cuja orientação fosse satisfatória. Isso posto, assumi a tarefa de reunir as informações disponíveis, tentando abrir essa “caixa preta” com o intuito de torná-la accessível a mim e aos estudiosos da matéria.
Faço referência aos aspectos de maior interesse prático, enfatizando tópicos que, a meu julgamento, são essenciais para a avaliação dos portes.
Espero que esse resumo possa dar ensejo a contribuições por parte de filatelistas mais experientes e, principalmente, que possa ajudar a proteger os mais novos contra as inúmeras falsificações de peças Brasileiras que circulam em nosso meio e no exterior.
Cumpre notar na bibliografia ao final deste artigo a expressiva presença do que foi publicado por ilustres filatelistas em edições passadas da Revista do Clube Filatélico do Brasil, a quem dedico esta pequena contribuição.
CONVENÇÕES POSTAIS:
A) Inglaterra:
De 30 de Junho de 1808 - Ato do Parlamento regulamentando o transporte de cartas etc. para os territórios Portugueses da América do Sul.
Em Julho de 1808 iniciou-se um serviço mensal de paquetes a vela entre o porto de Falmouth e os portos de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, via Ilha da Madeira. Porte de 2 shillings e 5 pence para as cartas simples.
De 19 de Fevereiro de 1810 – no Brasil, Carta de Lei de 26 de Fevereiro de 1810 – 1ª Convenção Postal (com Portugal), instituindo linhas mensais de Paquetes de Falmouth para o Rio de Janeiro, com escala na Ilha da Madeira. As cartas transportadas pelos navios de acordo com a convenção e sob contrato com o governo Inglês eram denominadas “Packet Letters”, e as transportadas eventualmente por outros navios mercantes sem contrato postal eram conhecidas como “Ship Letters”.
Porte de 3 shillings e 8 pence para as cartas simples.
Inicio dos serviços do Correio Consular Britânico no Rio de Janeiro.
Autorizada a residência de Agente Postal Britânico, responsável exclusivo pelo encaminhamento das malas do Correio encaminhadas aos domínios Ingleses.
Cartas oficiais não eram taxadas.
De 9 de Julho de 1812 - Ato do Parlamento modificando as tarifas postais.
Em Fevereiro de 1824 iniciada a linha direta entre Falmouth, Montevidéu e Buenos Aires. Tarifa de transporte marítimo: 2 pence adicionais por carta simples.
De 16 de Março de 1824 - Ato do Parlamento estabelecendo as tarifas postais para a América do Sul.
Em fins de 1826 as viagens para Montevidéu e Buenos Aires passaram a ter escala no Rio de Janeiro.
Em Setembro de 1832 as linhas do Brasil e Buenos Aires foram modificadas, com o paquete de Falmouth indo ao Rio de Janeiro, com escalas nas ilhas de Madeira e Tenerife (viagem com 100 a 110 dias de duração). Uma segunda linha foi criada ligando o Rio de Janeiro a Montevidéu e Buenos Aires, em conexão com a linha de Falmouth.
Tarifa única de 2 shillings e 5 pence por carta simples.
De 12 de Julho de 1837 - Ato do Parlamento estabelecendo o modelo para a Reforma Postal de 1840.
Tarifa de 2 shillings e 7 pence por carta simples.
Os comandantes de navios mercantes (não postais) recebiam 2 pence por carta transportada.
De 10 de Agosto de 1840 - Ato do Parlamento com a Grande Reforma Postal – novas tarifas.
Por volta de 1850 foram instaladas novas Agencias Consulares de Correio na Bahia e em Pernambuco.
Em Janeiro de 1851 os Veleiros foram substituídos por navios a vapor da “Royal Mail Steam Packet Company”, que se transformou na principal companhia na rota para a América do Sul, mudando-se o porto de partida de Falmouth para Southampton. Os barcos partiam nos dias 9 ou 10 de cada mês às 18 horas, com escala em Lisboa do dia 14 ao 15. O tempo de viagem até o Rio de Janeiro passou a ser de 63 dias. A divisão em duas linhas até Buenos Aires foi mantida até 1868. A partir de Outubro de 1869 o mesmo navio passou a fazer a ligação até Buenos Aires. A partir de Agosto de 1872 foi inaugurada uma Segunda linha mensal de Paquetes para o Brasil, que funcionou sem contrato e com horários irregulares até Janeiro de 1875. (Nos primeiros meses faziam escala em Cherbourg – França – antes de seguirem para Lisboa. Em 1873 abandonaram essa escala e passaram a aportar em Galicia – Espanha – estabelecendo pela primeira vez uma rota regular entre aquele pais e o Brasil).
Tarifa para carta simples (até meia onça) entre qualquer porto na Inglaterra e o Brasil – 2 shillings e 9 pence (taxa marítima de 2 pence).
A tarifa para as cartas trazidas da Inglaterra e entregues no Brasil era de 660 réis, pagos ao Correio que repassava 452 réis ao Correio Inglês.
As cartas para o exterior oriundas do Rio de Janeiro e das capitais das Provincias da Baia e de Pernambuco não eram franqueadas com selos brasileiros, a não ser as oriundas de outras cidades ou Províncias, que pagavam apenas o porte interno do Correio (Fato mais verificado em cartas enviadas a Portugal, porteadas com selos das duas primeiras emissões).
As cartas ao exterior eram geralmente enviadas diretamente ao Correio Consular Inglês - sendo dispensável o carimbo de saída do Correio Brasileiro - e de lá às linhas regulares ou aos navios mercantes.
As cartas ao exterior apresentavam carimbo de trânsito pela Inglaterra, exceto as enviadas diretamente a Portugal, nas quais se colocava o carimbo “P. Transatlantico” na cor azul.
De 12 de Janeiro de 1853, sendo executada a partir de 1º de Abril.
Em 1854 navios da “South American and General Steam Navigation Company” iniciaram uma linha mensal de Correio a partir do porto de Liverpool, interrompida definitivamente após quatro viagens.
Entre Maio de 1860 e Agosto de 1868, o envio de correspondência para a Inglaterra foi compartilhado com os navios Franceses da “Messageries Imperiales”, via Bordeaux.
Em Agosto de 1868 a “Liverpool, Brazil and River Plate Steam Navigation Co.” (Lamport & Holt) iniciou
uma segunda linha de correio mensal.
Em Julho de 1869 a “London, Belgium, Brazil and River Plate Royal Mail Steamship Co.” (LBB) e a “Pacific Steam Navigation Co.” (PSN) iniciaram uma linha mensal para Montevidéu a partir de Falmouth. Após um ano, a LBB desistiu do contrato, então assumido pela PSN. Em Julho de 1870 essa companhia iniciou uma linha quinzenal a partir de Liverpool indo até Valparaiso (Chile), via Estreito de Magalhães. No inicio de 1873 a freqüência das viagens passou a ser semanal, sendo reduzida a quinzenal em Março de 1873.
A tarifa de 1º porte das cartas transportadas por navios Ingleses foi reduzida para 1 shilling. No Brasil, as cartas trazidas da Inglaterra pagavam 240 réis de taxa ao Correio, que repassava 200 réis ao Correio Ingles.
Entre 1866 e 1874 foram usados apenas selos regulares Ingleses para portear as cartas enviadas através das Agencias Consulares, sendo os mesmos obliterados com os carimbos ovais de barras C81 (Bahia), C82 (Pernambuco) e C83 (Rio de Janeiro). A ocorrência desses carimbos sobre selos brasileiros não se justifica, tratando-se de falsificações.
O Correio Inglês cobrava 120 réis pelo transporte de cartas entre dois portos brasileiros. As tarifas eram pagas nos portos aos Agentes Postais Britânicos.
Nenhuma taxa podia ser cobrada no Brasil pelas cartas enviadas ao Reino Unido e transportadas por navios Britânicos (Portanto, essas cartas não poderiam ter selos brasileiros que pagassem a franquia para o exterior).
Correspondência diplomática e governamental isenta de tarifa.
Em 1874 as três Agências Consulares de Correio encerraram as suas atividades.
De 16 de Agosto de 1875, detalhada em 7 de Outubro de 1875 para uso na Inglaterra e Brasil – no Brasil, Decreto 6013 de 30 de Outubro de 1875 - sendo executado a partir de 1º de Dezembro de 1875. Ultima Convenção Postal com a Inglaterra antes da adesão à União Postal Universal.
Foi permitido o pagamento antecipado opcional da franquia com selos Brasileiros.
As malas de Correio eram enviadas do e para o Brasil por via marítima direta (Navios-Correio Ingleses) ou via França, através de mala fechada daquele país.
Tarifas em vigor entre 1/12/1875 e 1/7/1877:
- da Inglaterra para o Brasil (por meia onça – 1º porte) Pagamento antecipado – 9 pence Pagamento no destino - 1 shilling
- do Brasil para a Inglaterra (1º porte)
Pagamento antecipado – 370 Réis em selos
Pagamento no destino - 500 réis
As cartas pré-pagas com franquia insuficiente eram taxadas na chegada, deduzindo-se o valor dos selos já afixados às mesmas.
B) França
De 21 de Novembro de 1843 – com Brasil e Portugal.
De 7 de Julho de 1860, emendada em 21 de Julho. Decreto 1650 de 24 de Setembro de 1860 – 1ª Convenção - permitindo o uso de selos brasileiros na correspondência para países estrangeiros.
Tarifas: de 1860 a 1870 – 280 Réis
de 1871 a 1875 – 320 Réis (desvalorização do Réis em 14,33%)
Foi mantida a opção de se utilizar o Correio Consular Inglês, dentro das normas anteriormente descritas (cartas sem selos brasileiros).
O porte em selos brasileiros era facultativo, podendo ser pago pelo destinatário.
O porte das cartas seguras (registradas) era obrigatoriamente pago adiantado até o seu destino, correspondendo ao dobro do porte das cartas comuns.
As cartas regidas pela Convenção de 1860 apresentavam obrigatoriamente o carimbo de partida, com a data e o local de procedência e nunca o carimbo de trânsito pela Inglaterra.
As cartas para Portugal apresentavam franquia reduzida de 60 Réis pelo 1º porto de desembarque e eram obrigatoriamente seladas. Em Portugal recebiam taxa de 150 réis ou seus múltiplos. Carimbo “P. Transatlântico” na cor Lilás ou Violeta.
As cartas podiam ser franqueadas até o seu destino final – carimbo PD – ou franqueadas parcialmente – carimbo PP – geralmente até o porto de desembarque.
Quando a carta apresentava peso superior a um porte simples (2 oitavas ou 7,5 gramas) era colocado pelo agente remetente, geralmente no seu canto frontal superior esquerdo, um algarismo manuscrito referente ao número de portes(2,3,4...etc).
Quando os selos não completavam o porte das cartas brasileiras, estas eram consideradas como não franqueadas e tratadas como tal (Art. 5º), não podendo de modo algum as taxas francesas grafadas na frente (8, 16, 24 decimes etc.) serem consideradas como complemento de porte e sim como o porte integral a ser pago pelo destinatário (existem inúmeras falsificações filatélicas aproveitando-se de cartas enviadas sem franquia prévia).
As cartas corretamente franqueadas até o seu destino não podiam, de modo algum, sofrer qualquer taxação que recaísse sobre o destinatário. Desse modo, as cartas que apresentam franquia correta e taxa francesa (numerais 8, 16, 24 etc) apostas em sua frente contrariam o acordo postal e devem ser consideradas como falsificações.
C) Reino da Itália (Toscana)
De 6 de Setembro de 1863, validada pelo Decreto 3363 de 13 de Dezembro de 1864. Fixado o porte de 430 Réis para cada 2 oitavas nas cartas simples enviadas através dos paquetes de Southampton, aumentado para 500 Réis a partir de 1870 (desvalorização do Réis em 14%).
De 14 de Maio de 1873, Decreto 5691 de 15 de Julho de 1874.
Obs: A “Compagnia Transatlantica per la Navigazione a Vapore”, estabelecida em Gênova, (Reino da Sardenha) realizou 8 viagens ao Rio de Janeiro entre 20 de Outubro de 1856 e 20 de Agosto de 1857 (datas de partida da Itália – viagens de 54 dias). Extensão a Buenos Aires por navios Ingleses.
D) Espanha
De 21 de Janeiro de 1870 - Decreto 4553 de 07 de Maio de 1870.
E) Estados Unidos da América
De 14 de Março de 1870:
OBS: Antes da Convenção Postal ser firmada, iniciou-se por contrato particular uma linha regular mensal de navios entre o porto de Nova Iorque e o do Rio de Janeiro em 29/9/1865, perdurando até
23/9/1875 – 1ª linha da United States and Brazil Mail Steamship Company (USBMSC).
Partidas do Rio de Janeiro: 1ª em 05/11/1865 – última em 23/12/1875.
Até então a correspondência com os EUA era feita via Liverpool (Inglaterra), com enorme perda de tempo
Tarifa: 300 Réis de porte simples por 15 gramas ou fração (Equivalente nos EUA à tarifa de 15 cents). Linha de navios subsidiados de Nova Iorque para o Brasil via St. Thomas (Ilhas Virgens),
Impressos pagavam 20 réis (1 cent) por cada 30 gr. pelo porte de mar (As tarifas internas eram cobradas à parte).
A taxa de registro para qualquer correspondência ou artigo era de 200 Réis (10 cents). A correspondência oficial era livre de encargos.
As cartas originadas em outros países que estivessem corretamente franqueadas não poderiam ser taxadas.
De 10 de Novembro de 1877. Contrato particular por 10 anos com John Roach – autorizado pelo Congresso do EUA – 2ª linha da USBMSC
1ª viagem por navio americano: 4/5/1878, de New York pela Brazil Mail Steamship Lines, navio “City of Rio de Janeiro”.
Partidas do Rio de Janeiro: 1ª em 05/01/1878 – última em 06/06/1881.
Linhas mensais entre o porto de New York – com escalas em St. Thomas, Pará, Pernambuco e Bahia
– e o porto do Rio de Janeiro, com duração aproximada de 20 dias. Foi também autorizada linha a partir do porto de New Orleans.
3ª linha da USBMSC:
Partidas do Rio de Janeiro: 1ª em 12/07/1882 – última em 25/03/1893.
OBS: As cartas transportadas por navios Ingleses ou Franceses pagavam 620 Réis de porte.
F) Bélgica
De 23 de Abril de 1870 - Decreto 4571 de 12 de Agosto de 1870.
De 28 de Setembro de 1874 - Decreto 5876 de 20 de Fevereiro de 1875.
OBS: Pela 1ª vez a expressão “Cartão Postal” é mencionada em Convenção Postal.
G) Peru
De 16 de Dezembro de 1871, Decreto 5265 de 19 de Abril de 1873.
H) Argentina
De 24 de Dezembro de 1873. Decreto 5507.
I) Alemanha
De 30 de Setembro de 1873, efetivado a partir de 08 de Julho de 1874
Transporte direto do Correio pelo serviço regular entre os portos Alemães e Brasileiros ou através dos serviços regulares entre os demais portos da Europa e os Brasileiros.
O pagamento podia ser antecipado ou não; as cartas registradas deviam ser pagas previamente. Tarifas (1º porte – 15 gramas):
1 – Transporte direto por navios Alemães subsidiados:
Cartas pré franqueadas – 250 Réis ou 5 groschen. Cartas não franqueadas – 350 réis ou 7 groschen. Impressos – 50 réis ou 1 groschen (por 50 gramas)
2 – Transporte através de outros portos:
Cartas pré franqueadas – 400 Réis ou 8 groschen. Cartas não franqueadas – 500 réis ou 10 groschen. Impressos – 70 réis ou 1,5 groschen (por 50 gramas)
Obs: Cartas - aumentos de 1 porte a cada 15 gramas. Cartões postais sempre pagavam 1 porte.
As correspondências eram franqueadas com selos do país de origem e aquelas com selagem insuficiente tinham o valor já pago pelo remetente descontado da taxa a ser cobrada do destinatário.
Somente a correspondência do Serviço Postal era isenta de tarifa.
J) Itália
De 14 de Maio de 1873, Decreto 5691 de 15 de Julho de 1874.
K) França (2ª convenção)
De 30 de Março de 1874, efetivada em 16 de Setembro de 1874.
Peso das cartas de 1º porte alterado para 15 gramas. Tarifas:
de 01/01/1876 a 30/06/1877 – 400 réis
de 01/07/1877 a 31/03/1879 - 260 réis (Berna)
a partir de 01/04/1879 – 200 réis (U.P.U.)
OBS: Cartas com franquia insuficiente: Vide Tratado de Berna.
Tabelas de porte pelo acordo postal Brasil-França (até 31 de Dezembro de 1875)
Cartas saídas do Brasil (Principais destinações)
Via França ou Inglaterra - Valores em Réis
L) Grã Bretanha e Irlanda
De 16 de Agosto de 1875, regulamentado em 7 de Outubro, Decreto 6013 de 30 de Outubro, efetivado em 1º de Dezembro de 1875.
Novas tarifas postais: 370 Réis por meia onça (15 g) – 1º porte Ultima Convenção com a Inglaterra antes da adesão à U.P.U.
M) Chile
De 26 de Maio de 1876, Decreto 6720 de 20 de Outubro de 1877.
Pela primeira vez foi permitida a remessa postal de dinheiro em Libras Esterlinas.
N) Uruguai
Decreto 7125 de 4 de Janeiro de 1879, após a adesão do Brasil à U.P.U.
O) TRATADO DE BERNA – U.G.P.
De 9 de Outubro de 1874, com a adesão do Brasil em 17 de Março de 1877 Em vigor a partir de 1º Julho de 1877
Estabeleceu o porte de 260 réis para as cartas de 15 gramas ou fração
A França aplicava o Tratado a partir de 1º de Janeiro de 1876 para os países que já tinham aderido.
Sob o Tratado de Berna, que entrou em vigor na França em 01/01/76, nas cartas com franquia insuficiente, poder-se-ia deduzir, da taxa a ser cobrada pelo Correio Francês ao destinatário, o valor já
pago ao Correio Brasileiro pelo remetente.
P) UNIÃO POSTAL UNIVERSAL – U.P.U.
Entrou em vigor em 1ª de Abril de 1879, em substituição ao Tratado de Berna.
Fixou o porte unificado de 200 Réis para as cartas simples de 15 gramas ou fração. Apenas para essas cartas era facultativo o porte antecipado.
Os papéis comerciais e judiciais envoltos por cinta móvel ou em envelope aberto pagavam 50 Réis por 50 gramas ou fração, com um porte mínimo de 120 Réis.
As amostras de mercadorias pagavam 50 Réis por 50 gramas ou fração, com um porte mínimo de 80 Réis.
Os impressos pagavam 50 Réis por 50 gramas ou fração, sem porte mínimo.
Pela taxa de registro das cartas ou outros objetos pagava-se 200 Réis além do porte correspondente ao seu peso.
Para o caso de ser solicitado aviso de recebimento, era cobrada taxa de 100 Réis em selos, a serem afixados no formulário disponível para essa finalidade.
Nos casos de insuficiência de franquia de qualquer objeto de correspondência, era cobrado do destinatário o dobro do valor que faltasse para completar o porte.
As cartas simples não franqueadas nos países de origem pagavam no Brasil porte de 300 réis por 15 gramas ou fração.
ADENDO:
Tabelas de portes para os paises fora da UPU em 1880:
1 – Costa Ocidental da Africa (Exceto Possessões)
Via de Inglaterra – Franquia obrigatória até o porto de desembarque.
Cartas: 400 réis por 15 gramas
Amostras de mercadorias: 100 réis a cada 50 gramas Jornais: 140 réis a cada 100 gramas
Outros impressos: 90 réis a cada 50 gramas
2 – Annan
Via de Italia –
a) De Nápoles por paquetes Franceses – Franquia obrigatória até o desembarque Cartas: 560 réis a cada 15 gramas
Amostras: 120 réis a cada 50 gramas
Jornais e outros impressos: 100 réis a cada 50 gramas
Cartas não franqueadas vindas de lá: 660 réis a cada 15 gramas
b) De Brindisi pôr paquetes Ingleses – Franquia obrigatória até Singapura Cartas: 380 réis a cada 15 gramas
Amostras: 80 réis a cada 50 gramas
Jornais e outros impressos: 70 réis a cada 50 gramas
Cartas não franqueadas vindas de lá: 520 réis a cada 15 gramas
Via de França – Franquia obrigatória até o porto de desembarque Cartas: 560 réis a cada 15 gramas
Amostras de mercadorias: 120 réis a cada 50 gramas Jornais e outros impressos: 110 réis a cada 50 gramas
Cartas não franqueadas vindas de lá: 660 réis a cada 15 gramas
3 – Arabia (Exceto Aden e Mascate)
Via de França – Franquia obrigatória até o porto de desembarque Cartas: 560 réis a cada 15 gramas
Amostras de mercadorias: 120 réis a cada 50 gramas Jornais e outros impressos: 110 réis a cada 50 gramas Cartas vindas de lá: 660 réis a cada 15 gramas
Observações:
1 – Correspondência para o Chile: Pagamento prévio do porte interno brasileiro acrescido de taxa marítima de 100 réis por cada porte de cartas e de 20 réis em cada porte de amostras e impressos.
2 – Valor da taxa de registro para algumas destinações listadas acima: Aspinwall – Valor do porte duplo mais 200 réis de prêmio fixo.
Austrália – Valor do porte duplo mais 200 réis de prêmio fixo. Bahamas ou Lucayas – 280 réis.
Bolívia – 400 réis.
Cabo da Boa Esperança – 240 réis. Cariacou – 280 réis.
China – 240 réis. Costa Rica – 280 réis.
Granada – Valor do porte duplo mais 200 réis de prêmio fixo. Madagascar – 320 réis.
Nova Gales do Sul – 400 réis.
Panamá – a) Via de St. Thomas – 280 réis.
b)Via Estados Unidos – Valor do porte duplo mais 200 réis de prêmio fixo.
Santa Helena – 280 réis.
3 – Províncias Chinesas que já haviam aderido à UPU nesta época: Amoy, Canton, Chee-Foo, Chin-Kiang, Cochin, Foo-Chow, Hai-Fung, Hankow, Hanoi, Hong-Kong, Kim-Kiang, Kiung-Chow, New-Chwang, Ning-Po, Schang-Hai, Swatow e Tien-Tein.
Bibliografia:
1 – F. Nova Monteiro - Achegas à História dos Correios Brasileiros - Boletim Filatélico Bandeirantes, Vol. I Nos. 2, 3 e 4; Vol. II Nos. 2 e 3. Março de 1942 a Abril de 1942.
2 – Dorvelino Guatemosim – Catalogo Brasil – 1933.
3 – Armando Mario O. Vieira – Subsídios para a História do Correio Marítimo Português – Nucleo Filatélico do Ateneu Comercial do Porto – 1988.
4 – Gilbert Dreyfuss – Sobre correspondências do Brasil para o exterior com selos brasileiros e indicação de Taxas – Brasil Filatélico Nº 156 – Out./Dez. 1967.
5 – Aureo G. Santos - J. B. Moens – Des Postes et des Timbres-Postes du Brésil – “Le Timbre-Poste” Nº 51 e 52 – Mar/Abr. 1867, reproduzido no Brasil Filatélico Nº 170, 171 e 172, entre Out. 74 e Jun.
1975.
6 – A . Guedes de Magalhães – Cartas vindas do Brasil pelos Paquetes Transatlânticos. Porto, Victor Simarro – 1977.
7 – Armando Mario O. Vieira – Paquetes a Vapor para o Brasil – Nucleo Filatélico do Ateneu Comercial do Porto – 1991.
8 – Werner Ahrens – Os Correios Marítimos Franceses em serviço para a América do Sul – Brasil Filatélico Nº 119 – Set. 1958.
9 – Zoran Ninitch – A União Postal Universal – Sua fundação e desenvolvimento – Brasil Filatélico Nº 96 – Set. 1952.
10 – Bernard Berkinshaw-Smith - The carriage of mail between France, Antilles and Latin America to 1880 – London Philatelist – May 1993.
11 – Nicolau Schmidt – Brazilian-foreign country postal conventions – Bull’s Eyes 24, no. 2; 24 no. 3; 24
no. 4; 25 no. 1; 25 no. 2; 25 no. 4; 26 no. 1 – April 1993 to January 1995.
12 – Thomas E. Gaughan – The United States and Brazil Mail Steamship Line, 1878. Bull’s Eyes 2, no. 4 – July 1970.
13 – Joseph Geraci – The Sardinian Packet Service to South America 1856-57. Bull’s Eyes 24 no. 3 – July 1993.
14 – John Paul do Rio Branco – British Postal Services in Brazil – Bull’s Eyes 21 no. 1 – January 1990. 15 – Guia Postal do Império do Brasil – Publicação Oficial – Tiphographia Nacional – 1880.
16 – J. N. T. Howat – South American Packets 1808-1880 – The Postal History Society – 1984.
17 – Alan W. Robertson – A History of the Ship letters of the British Isles – Vol. 1 & 2 – James Bendon
18 – Raymond Salles – La Poste Maritime Française – Tomes III, VIII & IX – James Bendon – 1992/1993.
19 – John L. DuBois – The United States and Brazil Mail Steamship Companies, 1866-1893. – The Congress Book 1998 – American Philatelic Congress.
20 – Postal History – Richard B. Graham – Linn’s Stamp News, November 16, 1998.
Artigo gentilmente cedido pelo autor.
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