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Colecionando Seriamente - Os Verticais 1850

Denis Forte*

A ideia desse pequeno artigo é que os ajuntadores e colecionadores busquem selos que valorizem suas coleções. Sempre em bom estado.


Para ir direto ao ponto: os “verticais” surgem num país de grande tradição filatélica, o Brasil. Afinal ostenta o título do segundo país a ter selo emitido no mundo, o olho de Boi em 1843. Vieram os Inclinados menos que um ano depois, em 1844. E os Verticais parecidos com os Olhos de Boi só que em miniatura, também chamados de olho de Cabra, surgem em 1850. Já pensou? Um selo de 170 anos na sua mão. Quanta história. Portanto, nada nada, trata-se da terceira série de selos do Brasil. Uma das primeiras do mundo. A França, por exemplo, emite seu selo em 1849 apenas.


São oito denominações de valor. O 10,20,30,60,90,180,300 e 600. Na época, em Reis.


Existem em papel amarelo (de 55 micra) ou cinza (45 micra) , que em geral é similar ao papel de inclinado, portanto com pigmentação granulada azul no microscópio. Foram impressos em chapa de aço de 20X 10 selos (200 selos) e em chapa de cobre (17 X 9 = 153 selos).O 10 reis não tem a de cobre. Desconfia-se devido a documentos que 180, 300 e 600 numa mesma chapa (de cobre) além da chapa de aço. Diferenciá-los é tarefa de especialista.


De longe, os mais comuns são os de valor 30 e 60, muito usados e por muito tempo. Por isso marcam pouco e são bem comuns. Dá para achar fácil no mercado e estuda-los tranquilamente.


Os 90 reis também não são difíceis de encontrar. A seguir o 10 Reis.


Começa a ficar mais difícil ou mais caro o 180, o 20, o 300 e 0 600 Reis. Em bom estado!


Sem uso então, mais complicado. Os 30 e 60 continuam comuns, e o 10 também na sequencia. Mas o 20,90, 180 reis um pouco mais difíceis. E o 300 e 600 são raros sem uso e em bom estado.


Na serie dos verticais:

- selos com margem de folha ( cerca de 30% dos selos ficaram na margem quando impressos, sendo que quando usados, muito menos preservaram essas) . Pelo menos o dobro do valor. Raros os casos de 10 reis e bem raros os 300 e 600 Reis.


- selos da emissão escura, em papel branco ou amarelo. São muito mais definidos na impressão, muito bonitos e completos, e muito mais difíceis. Em minha amostragem, pelo menos 5 X mais difíceis. O 10 reis é o único normal assim. Os outros, novos ou usados, podem valer 2X a 5 X o valor do catalogo, em minha opinião. O 600 na tiragem escura, por exemplo, é muito raro.


- Borrados ao fundo. O fundo borrado é sinal ou de falsificação ou de erro. Nesses dois casos, e dependendo de quanto aparece, o selo pode valer 2 X a 5 X mais, em minha opinião.


- Pliès, que são dobras do papel na produção, com cor branca, dependendo do tamanho do plié e do selo, podem ter seu valor X 2 a X 4.


- Papeis. Como esses selos têm muita reimpressão, difícil para o não especializado reconhecer diferente papel real. Nesse caso, só com expertização. Papel grosso da época em casos raros da emissão escura são muito raros.


- Falsos Fournier existem mixtos em folhas (valores diferentes na mesma folha). A folha toda em geral não deve passar de 100 US$ e não é incomum.


- Falsos Spiro são muito comuns. Não devem passar os valores dos selos normais.


- Variedade no 600 Reis. O selo de 600 Reis sofreu bem cedo uma fratura, mas que continuou assim por vários anos. O selo sem a fratura é bem mais difícil, pois durou pouco tempo e deve ser da chapa de cobre. Sugeriria de 2X a 3X o valor para o não fraturado.


- Variedade linha no 0 do 10 Reis. Trata-se de uma linha guia de impressão e não quebra, como alguns imaginariam. Bem visível não é tão comum. Sugeriria valor de 2 X pelo menos.


- Variedade no 30 Reis do canto inferior esquerdo com um local branco. É uma falha repetitiva. Pelo menos 3 a 5 X o valor.


- Carimbologia. Por serem pequenos, não guardam muito do carimbo. A não ser pares ou maiores. Carimbo do Correio Geral é muito comum. Tesouraria mais ou menos. Os outros carimbos se visíveis e bem batidos valorizam as peças.


Denis Forte é professor universitário na UPM, filatelista e sócio da SPP e Filabras. Email para denisfortebr@yahoo.com.br.

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